Cônego Joaquim Dimas Guimarães

1933 a 1979


Nasceu aos 26/03/1906, na Fazenda de Itajuru, em Brás Pires. Gêmeo com Messias Dimas Guimarães. Era um dos 18 filhos de Francisco Borja Alves Guimarães e Ana Cândida Vidigal. Neto paterno de Antônio Alves Guimarães e Maria Francisca de Vasconcelos Guimarães. Neto materno de Feliciano Duarte Vidigal e Idalina Cândida Quintão Vidigal.

Foi batizado em Brás Pires aos 31/03/1906, conforme consta no Livro 2 folha 20. Fez a primeira comunhão no dia 04/09/1914. Iniciou seus estudos na escola primária em Brás Pires com as professoras Dona Macrina e Dona Alzira.

Sentindo-se chamado ao sacerdócio, já era adolescente (16 anos), quando ingressou no seminário Menor de Mariana, em março de 1922.

Nesse caminhar, destacam-se Primeira Tonsura, 29/11/1928; Ordens Menores em 10 e 30/11/1929; subdiaconato em 07/12/1931; Diaconato em 21/03/1931. No dia 30/11/1931, na então Sé de Mariana, ordenou-se sacerdote, sendo o oficiante Dom Antônio Lustosa, Arcebispo de Belém do Pará.

Iniciou seu trabalho pastoral em 1932, como coadjutor na Paróquia de Leopoldina. Seu lugar, entretanto, era Guaraciaba.

Aqui chegou as 17 horas do dia 31/03/1933, iniciando um paroquiato que prolongaria por toda a sua vida sacerdotal.

Durante os 46 anos que foi o guia e pastor dos guaraciabenses, deixou muitos frutos espirituais e de progresso material.

No setor educacional foi um dos maiores colaboradores. Preocupou-se, logo que aqui chegou, em reunir algumas salas de aula que funcionavam isoladamente nos casarões do então distrito. Adquiriu um grande sobrado à Rua 13 de Maio (hoje Rua Marechal Floriano – atual casa de Dona Fia), onde reuniram alunos e professores do ensino primário, recebendo a denominação de “Escolas reunidas Padre Dimas”. Ali as aulas funcionaram até 1954, quando foi construído o grupo escolar que conservou o mesmo patrono.

Sempre preocupado com a educação de seus jovens paroquianos, Padre Dimas e Madre Rosa Mística, conseguiram a criação do Educandário Imaculada Conceição, onde os alunos poderiam concluir os estudos primários. Sendo seu primeiro diretor, muito fez para que a escola tivesse seu prédio próprio.

Na década de 40, Padre Dimas reuniu-se aos líderes deste lugar, para construir casas e atender a outros requisitos necessários à emancipação do Distrito de Guaraciaba do Município de Piranga.

Padre Dimas identificou-se e misturou-se com seu povo de tal forma que nenhuma decisão mais séria era tomada antes de ouvirem sua opinião. Foi o Guia, o conselheiro, o médico, o pai, o diretor, o amigo, o tudo para todos.

Seu esforço era fazer o povo “ficar ciente que essa vida é uma navegação de que a bem-aventurança é um porto; uma carreira de que a eternidade é o termo, uma batalha de que a Salvação é a Vitória; uma escada de que o último degrau é a glória; um edifício de que o céu é o teto!” (Os antepassados, II, V, 452).

Carinhosamente sempre é lembrado como Padre Dimas, mas já era Monsenhor quando a morte o arrebatou repentinamente aos 30/06/1979.

Para refletir, sua imagem muito ainda poderia ser dito sobre suas boas obras, mas o que importa é que sua memória permanece férvida e perdurará para sempre no coração dos guaraciabenses.

Entre os padres que prestaram seus serviços paroquiais em Guaraciaba, o Padre Dimas foi o que registrou na história da Igreja de Sant´Ana, o maior tempo de trabalho.

Logo que foi ordenado sacerdote, prestou serviços em Leopoldina, onde permaneceu por dois anos. Em 1933, veio iniciar aqui, uma longa caminhada, tomando posse como vigário do então distrito, conforme cópia transcrita no livro de Tombo.

Ata da posse do Padre Joaquim Dimas Guimarães na Paróquia de Guaraciaba.
Guaraciaba, 3 de março de 1933.
Aos trinta e um dias do mês de março de mil novecentos e trinta e três, pelas dezessete horas, nesta Matriz de Sant´Anna de Guaraciaba não se encontrando nenhum vigário nella, compareci diante das testemunhas abaixo assignadas, eu, Padre Joaquim Dimas Guimarães, nomeado por provisão do Exmo. Rvmo. Sr. Arcebisto de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, de 31 dias do mesmo de janeiro de 1933, em um acto conínuo procedi a leitura da provisão e tomei posse da mesma freguesia, observando o cerimonial prescripto, sem que ouvesse contestação alguma.

Assinado Padre Joaquim Dimas Guimarães e duas testemunhas: Faustino Cândido de Araújo e Gastão Maciel Vidigal.
(fonte: Livro de Carmem Guimarães).

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